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terça-feira, julho 26, 2005

Ufa! Que susto. Atravessar de balsa, à noite e dormir em Paranapanema.

25 e 26 de Julho. Pernoite em Paranapanema, indo para Itapeva

De Lins pegamos uma estrada nova (para nós), para ir até Itapeva. Passamos pela pequena Itatinga. Anoitecia quando a estrada terminou. Tem que atravessar de balsa a represa de Jurumirim. Que susto. Havia chovido. Nenhuma alma viva. Nenhum sinal de balsa. Apenas marcas de pneu no barro denunciavam que a balsa atracava por ali. Nenhuma margem de concreto ou com pneus de amortecimento. Só barranco. Puro barro. Nenhum pilar de amarras. E estava escurecendo rápido. A margem oposta é bem distante, sem chance de reconhecer balsa em movimento. Confessei meu medo à Neuza. Já estava quase dando meia volta quando chegou um caminhão carregado de cavalos. Voltavam para casa depois de participar de um Torneio de Laço. Só depois de ouvir o motorista e seu ajudante ficamos tranqüilos. A balsa funciona 24 horas. Esperamos 40 minutos. A balsa chegou. Nada parecido com as modernas instalações da balsa de Itajaí/Navegantes em Santa Catarina. Fiquei atento e fotografando. A balsa encosta no barranco de puro barro e um rapaz sai para enganchar um cabo de aço numa estaca encravada nas margens. O piloto da balsa acelera para forçar uma subida da rampa no barranco. Coisa de doido. Como já tinha mais carros esperando atrás de mim, não pude desistir. Tive que subir na balsa. Após a travessia, o processo se repete na outra margem. Fiz uma manobra dentro da balsa para escolher um local de saída sem degrau e com menos barro. Chovia muito. Decidimos pernoitar em Paranapanema. Tem dois hotéis. Me molhei todo. Os dois estavam fechados, tudo escuro, mesmo tocando a campainha, batendo palma, batendo no portão. Achamos uma pousada. Quase demos azar de novo, pois o homem que cuida da pousada estava saindo para a missa. Ficamos lá mesmo, camas de solteiro. A cesta de frutas que ganhamos em Lins nos salvou. O banheiro, comentou a Neuza, lembrava os tempos de criança quando vivia num sítio. Dentro do quarto, em um metro quadrado, sem porta, uma cortina de plástico que não alcançava o chão, deixando a água espirrar para dentro do quarto. O vaso sanitário quase sob o chuveiro, dois ganchinhos pra equilibrar tudo e uma pia pequena com espelhinho pendurado na parede. Como tudo é relativo, mesmo depois de ter passado por um lindo hotel em Lins, a pousadinha foi um achado para quem iria dormir no carro. 17 reais por pessoa. O recado ao hóspede fixado dentro do quarto mereceu uma foto. E tivemos uma ótima noite, até o galo no quintal achar que 5 horas da matina já era hora de acordar.