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segunda-feira, setembro 12, 2005

plantando valores

11 de Setembro, domingo. Brasileiro! Participe do Kibe-Esperança.

Não deixe que os dois Malufs adoeçam por falta de quibe e tenham que sair da nova morada 5 trancas. Vamos lançar o Kibe-Esperança. Disque 0800-11-11 e doe 11 kibes, grossos, caprichados e quentes. Eles merecem! E vá torcendo para uma nova campanha, Macaxeira-Esperança, para o Severino Xique-Xique.

Lições com a passagem por São Paulo.

I LOVE S.Paulo, mas I LOVE mais ainda, cidades pequenas como Taquarivaí, Buri, Itapeva, que ainda não possuem o tal de xópincentis. Fomos até o xópin Aricanduva ontem para procurar uma loja da Claro para descobrir por que não funciona o celular da Neuza em Buri, pois funcionava bem há duas semanas. Ninguém resolveu. Aproveitei para comprar pregos para ensinar meninos a construírem tear de prego para suas mães. A lã e barbante já havíamos comprado. Só falta o tear de prego. Na sexta-feira, dez crianças estavam com a Neuza para aprender. E sempre aparecem mais. Verônica empresta seus brinquedos. Todos se divertem e aprendem. Estão longe da TV e do consumismo. No sábado, no xópin, as crianças que vimos, passeavam deslumbrados, com os pais, comprando e desfilando e exibindo sandalinhas da muxa, óculos de sol da muxa, mochilas da muxa e da barbie. Os jovens nas lojas de tênis e jeans caríssimos. Quem pode, compra. Quem não pode, inveja, baba e fica com raiva do salário que ganha e da empresa que lhes paga (que paga o que pode, mas sempre insufiente para o que a pessoa quer comprar). Assim, muitos fazem planos de como ter tudo, sem precisar trabalhar muito. Daí surgem malufinhos, severininhos, jeffersonzinhos, que aprendem cedo o jogo da chantagem, do cinismo, da trapaça. E, em S. Paulo, empresários conseguem ter a coragem de pagar para assistir e dar boas risadas numa palestra com o Roberto Jefferson. Ainda bem que jovens estudantes de direito do Largo S. Francisco, também chamaram o cara e ofereceram vaias e laranjadas. No xópin Aricanduva, certamente estavam mais de 5 mil pessoas naquela hora do almoço, o equivalente a toda a população de Taquarivaí. Ainda bem que isso é apenas um exercício de cálculo e imaginação, pois a maioria da população está cuidando de galinhas, fazendo pão, conversando em família, brincando na rua, cuidando de horta, conversando com vizinho, olhando o movimento da rua etc. O triste é que, à noite, novelas e novelas de maus exemplos é o prato de todos. É bom demais retornar a Buri e voltar a encontrar a criançada, dar boas risadas com elas. Na sexta-feira uma delas, trabalhando no tear, disse “Eu não tenho gúúia”. Outra corrigiu: “Não é gúú-ia. É a-gúú-ia, muié! E cada um tem que tê a sua agúúia qui é miió!”