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segunda-feira, dezembro 26, 2005

Natal em Buri - 1

25 de Dezembro, Natal

Fiquei em Buri. A Neuza está com a sua família em São Paulo. Precisa de alguns dias para estar a sós com a sua ninhada, matar a saudade e afinar os ponteiros. Decidimos juntos por esta alternativa. Pela primeira vez na vida passo o Natal sozinho. E sem drama! Fiquei cuidando do Ventania, dos papagaios, e desenvolvendo algumas idéias para colocar em prática em 2006. Em outros tempos, se eu ficasse sozinho no Natal, eu estaria na maior fossa, pois sempre foi uma oportunidade de muitos abraços, brincadeiras, reflexões e, principalmente, gratidão e solidariedade.

A Neuza me ensinou a tornar simples o viver. E viver feliz. Portanto, consigo estar só, sem me sentir só. Basta estar voltado para os outros ou focado em realizar coisas, que a gente não dá espaço para tristeza. Saudade, tudo bem. Cuidar dos papagaios, consertar vazamentos no Ventania, fazer a minha comida, lavar e passar roupa, fazer reparos na lona, ler livros e revistas, ter idéias etc. Reparei que a tristeza e a fossa tomam conta da gente quando estamos centrados em nós mesmos, produzindo mais sentimentos apertados.

Estar bem comigo mesmo permitiu ter uma conversa leve e agradável com meu filho Felipe, que ligou quando eu estendia roupas no varal. Está trabalhando bastante em sua nova empresa, a Accenture. Deu-me ótima notícia do meu filho mais velho, Cacá, que está trabalhando no Japão. Segundo sua esposa Márcia, o Cacá tem sido um ótimo pai para a pequena Nina e um bom chefe de família. E me mandou algumas fotos dela, num frio de arrepiar, tudo branco, muuuita neve. E o Vitor, meu filho do meio, festeja o sucesso crescente do Quintal, onde faz e vende pastel e yakisoba num local muito aprazível.