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quinta-feira, novembro 03, 2005

reencontros que precisam se repetir... sem velórios!

2 de Novembro, lições de vida em pleno dia de finados, em Bandeirantes, Paraná.

Passei 4 horas da manhã em S. Roque para levar minha mãe até Bandeirantes, norte do Paraná, pois o enterro estava marcado para 9 horas. Chegamos às 8 horas, e o cortejo já estava saindo, pois teve que ser antecipado para não haver coincidência com uma procissão da cidade. Seria muito tumulto. Ainda assim, foi possível um último carinho na Fumitian. Foi um alívio para todos, pois sabiam da importância, respeito, admiração e gratidão que Nina e Fumiko tinham uma com a outra. A fila interminável de carros no cortejo foi uma prova inconteste da marca que essa mulher deixou. Mais do que choro, ficaram os agradecimentos e aplausos. A importância do acontecimento fez com que a distância não fosse um obstáculo para que cada um viesse dos mais distantes lugares. E isso promoveu reencontros emocionantes, como se o próprio evento do funeral nos servisse como um puxão de orelhas, esfregando em nossas caras que poderíamos promover esses encontros sem precisar que haja um falecimento e um velório para atrair a todos. E assim, distantes uns dos outros, pedaços significativos de uma saga vão se perdendo pela ausência desses encontros entre as gerações que geraram e as que se sucederam. O que eu estou apontando visa contribuir para um acordar, pois, em todas as famílias, estas mesmas coisas se repetem, morte após morte. O principal elo de conhecimento sobre a saga dos Kimura é a minha mãe, Nina Higuchi, com sua memória impressionante, carregada de detalhes emocionantes, e que o meu sobrinho Rafael cuidou de registrar.