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domingo, dezembro 31, 2006

como tudo começou?

Como tudo começou?


Muita gente me pergunta isso. Tive que parar para pensar.
Na verdade, isto não tem um início claro. É um conjunto de coisas que vão acontecendo, que vão ficando mais forte lá dentro, provocando, incomodando, deixando a gente doida para fazer algo acontecer, fazer algo mais pelos outros, parar de reclamar da situação, sair da zona de conforto.

Nesse conjunto de coisas, dá para listar algumas coisas que foram mexendo comigo:

- um poema de um escritor argentino, Jorge Luis Borges, denominado Instantes, que eu prefiro chamar de Momentos, que nos chama a atenção para o viver de verdade, correr riscos, curtir cada momento da vida, antes que seja tarde demais.

- uma frase para reflexão que me acompanha há décadas, porém, nestes últimos anos, em que o segundo tempo da vida já começou para mim, vem à consciência mais e mais forte: “faça planos como se fosse viver eternamente, mas viva como se fosse morrer amanhã”.

- o próprio conteúdo, os pontos de reflexão e mensagens dos seminários, palestras e treinamentos que eu mesmo desenvolvo e compartilho com as pessoas. Fazer a História ou Contar Estórias. Ter uma causa na vida. Sonhos prá Valer. Escolhas. Zona de Conforto X Fazer a Diferença.

- alguns filmes que inspiram mudanças a partir de si mesmo, e influenciando o curso das coisas, influenciando nos destinos de pessoas, de famílias, de organizações, de empresas, de comunidades, de cidades, países. (Bagdad Café, Shirley Valentine, Diário de Motocicleta que conta um pedaço da vida de Che Guevara, Ghandi)

- exemplos brasileiros, como os irmãos Vilas Boas, o Betinho.

- exemplo de minha mãe Nina Higuchi, que aos 80 anos decidiu aprender com a tia Fumiko de 88, a bordar pacientemente até resultar em quadros lindíssimos. As duas, não se deixam acomodar nunca. São incansáveis.

- o exemplo de um missionário japonês, padre Sasaki, que, vindo ao Brasil, não se conformou com a situação de leprosos abandonados, no interior do Paraná, e decidiu dedicar sua vida a cuidar desses pacientes. Há mais de 30 anos faz esse trabalho em São Jerônimo.

- o contato mais recente com produtores rurais, agrônomos e cidades pequenas no interior brasileiro (Erechim no Rio Grande do Sul, Rio Verde em Goiás, São Sebastião do Paraíso em Minas, Palmas no Tocantins, Rio Branco no Acre), onde desenvolvi algumas atividades de desenvolvimento da capacidade de gerenciamento dos seus negócios, quando percebi a sua grandeza e o quanto necessitam desse tipo de orientação.

- assistindo exemplos e mais exemplos belíssimos no programa Globo Rural, de pessoas que fazem a diferença, criam coisas, como a Embrapa, Emater, Sebrae, desenvolvem comunidades, persistem, recuperam ou desenvolvem a atividade econômica e social de pequenas localidades. Fazem acontecer.

- assistindo outros programas de sucesso na TV, desde shows da muxa, big brother, a novelas apelativas e comerciais, de puro lixo, mas que, por serem um sucesso de Ibope, continuam no ar, passando maus exemplos para todas as idades. “Contribuem” para a formação de novas gerações vazias , apenas preocupadas com o consumo de besteiras, cuidados exagerados com a aparência, mais do que com o seu interior. Por onde olhamos, inclusive em pequenas cidades, observamos crianças Barbie. E o Brasil, nessa pobreza que nos deixa inconformados, ainda se orgulha de ser o país campeão mundial em cirurgias plásticas. Crianças e adolescentes querem se tornar modelo de sucesso, incentivados pelo pais e mães, gastando dinheiro que não têm fazendo books de fotos das filhas e filhos, na esperança de serem descobertos por um caça-tontos, uma oportunidade de fazer fortuna rápido, a qualquer custo e sem escrúpulos, vazia de valores fundamentais para uma sociedade digna. Eu não quero isso para mim, nem para meus filhos. Também não quero me aposentar, ficar na boa vida, acomodado ou só passeando.

- e eu me perguntava: qual é a minha causa? O que faço em benefício alheio, sem esperar nada em troca? Apenas contribuir com alguns reais para alguma entidade filantrópica é o máximo que posso fazer?

- a idéia de morar numa motorcasa, itinerante, fazendo o mesmo trabalho que faço nas empresas, contribuindo aqui e ali, passou a ser a minha causa, e teve a aprovação total e imediata da Neuza. Sem esse apoio dessa companheira, tudo ficaria para depois, ou para nunca. Sair da zona de conforto. Em dois meses, já tínhamos vendido coisas para comprar o Ventania, nosso motorhome. Mostrando aos meus amigos, executivos das empresas onde prestava serviços de consultoria, obtive apoio enorme, moral e financeiro inclusive. Todos os três tripulantes do Força Interior, Raul, Neuza e Verônica, terão como missão, Deixar um mundo melhor do que o encontramos, compartilhando tudo que sabemos e aprendemos. Estava pronto o Projeto Força Interior. Era só marcar o dia da partida. 12 de julho de 2004, dia para eu completar 56 anos.
- E por isso estou aqui, vivendo este momento lindo...

3Comments

  • At 12:11 PM, Blogger Raul Higuchi e Neuza Naomi Shiomatsu said…

    Oi tio!
    Testando o campo de comentários...acho que esse texto de origem pode ficar na ordem cronológica no início de tudo, ou seja em jul/2004. Como um livro, o internauta que acessa a história no meio, volta para a "página 1" para entender tudo!
    Abs!
    Vida longa à Força Interior
    Rafa

     
  • At 1:29 PM, Anonymous Anônimo said…

    oi,
    o trabalho de vocês está como sempre uma maravilha,adoro voces,em especial a Veronica.

    abraços

     
  • At 5:34 PM, Blogger Raul Higuchi e Neuza Naomi Shiomatsu said…

    como a Verônica gostaria de saber de quem foi este belo comentário! dá para saber o nome?

     

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