segunda-feira, fevereiro 28, 2005


A grande novidade do dia: Escola da Veronica, primeiro dia de aula. Começa a 6ª. Série do primeiro grau. Está adiantada na escola, a baixinha. Vai fazer onze anos em março. Acordou animada, viu os peixes que a vó pescou, tomou seu café. Podia ir andando até a escola, mas o “ditian” fez questão de levá-la de carro. Foi só alegria! O estranho é chegar de Corolla automatic de São Paulo, na escola pública de Armação, onde a maioria é aluno filho de pescadores.

28 de Fevereiro, segunda-feira

Dona Tereza pescou 2 peixes espada. Jorge mais 2, ontem à noite. Ficaram até uma hora da manhã. Cada peixe fisgado, uma festa e uma farra para soltar o peixe do anzol. É um peixe perigoso, com dentes compridos e afiados, mais parecendo de uma cobra. Todos têm medo de levar uma mordida. O jeito é pisar sobre sua cabeça, sobre a cauda e imobilizá-lo totalmente. Hoje, logo cedo, limpou os peixes, cortou em pedaços e a Neuza já os colocou no tempero. Com certeza, hoje vai ter mais pescaria à noite.

E para completar o domingo, que beleza! Visitas de São Paulo! O Pai e a Mãe da Neuza.

Saíram 4 e meia da madrugada de São Paulo. 13 horas estavam em Armação. Jorge e Veronica foram esperá-los na frente do Parque do Beto Carreiro. Dona Tereza e o Sr. Kazuo ficam por aqui só dois dias e depois seguem para Londrina. Mesmo sendo uma correria, estão aproveitando ao máximo a viagem. Principalmente a Dona Tereza, não pára para descansar. Já foi à praia duas vezes, nadou um bocado e à noite foi pescar com os netos. Eu estou direto no computador para manter o diário do Força Interior em dia.

Uma bonita tradição religiosa: Procissão e Festa do Divino Espírito Santo.

Enquanto a Neuza e a Verônica aprendiam a decorar os ovos de páscoa, passou ao lado do camping um grupo de pessoas, com uma bandeira, passando por algumas casas. O Edenilso logo nos esclareceu que era uma procissão dedicada ao Divino Espírito Santo. Entram todos, rezam, seguem cantando para a próxima, pedindo ao Divino Espírito Santo para que lhes ilumine o caminho e a mente. Conversei com um deles, Alexandre, para entender o que era aquilo.
Todo ano, é eleito um Imperador entre 12 candidatos, representando diversas cidades da região, Itajaí, Navegantes, Piçarras, Penha etc. Este fica com o estandarte (uma bandeira com uma pomba representando o Espírito Santo. Tem a responsabilidade de organizar os cortejos aos finais de semana. Passam por diversas casas, avisadas previamente. Seus moradores convidam outras pessoas, que passam a participar da procissão em direção à casa seguinte. Cada casa visitada contribui com algum dinheiro para uma festa final, aqui marcada para o dia 15 de maio, na igreja de Penha. Estão previstas mil pessoas, vindas de todas essas cidades, que terão o almoço para a familia, patrocinado pelo Imperador e com as contribuições recebidas. Por coincidência, o Alexandre, com quem conversei, é o filho do Imperador deste ano, senhor Artur.

27 de Fevereiro, domingo - Que dia movimentado, rico!


Novos amigos de camping - Edenilso, Lisia e Gustavo
Nos estados do Sul, há uma tradição na Páscoa, de se presentear as pessoas com uma cesta de ovos (ovos vazios de galinha, pintados, decorados e recheados com docinhos). Edenilso, um artista plástico e professor de artes, ensinou a Neuza e a Verônica a fazerem um monte de coisas para decorar a cesta e os ovos. É evidente que acho isso fantástico, pois as crianças e adultos se envolvem em fazer as coisas, ao invés de comprar pronto e ficar na frente da TV. O que existe pronto para comprar são os ovos, já esvaziados. Depois, cada um decora e recheia como quiser.

26 de Fevereiro, sábado - Raul, O Grande Pescador



A foto como prova da proeza. Dois de uma vez só!

Telefone no Ventania!

Descomplicar é isto! Parabéns, Koerich-Telecom

Agora temos telefone convencional no Camping, dentro do Ventania! Que moleza! Que maravilha! Tudo sem assinar nada, sem preencher formulário algum. Um funcionário da Koerich-Telecom, Alecsandro, que mora ao lado do Camping Flamboyant Amarelo, passou em nossa casa (o Ventania), apenas pediu que escrevessemos num pedaço qualquer de papel, o nome, endereço (do próprio camping), r.g., cpf, e só. Em apenas três dias estava instalado o telefone. Descomplicar é isso. E solucionou meu problema, bem rápido. Para manter o blog atualizado, utilizo bastante o telefone para a Internet. Até agora, tinha que ser só pelo telefone celular, via DDD.

23 de Fevereiro - 4ª. Feira - na Knorr Bremse, em São Paulo

Peguei o primeiro vôo do dia em Navegantes, para São Paulo. Em Congonhas, na fila do taxi, chega a ser engraçado: muitos senhores, elegantes, paletó e gravata, com uma mochila colorida e descontraída de esportistas radicais, nada compatível com suas roupas sóbrias. Andar por São Paulo com um computador portátil, os famosos notebooks, por uma questão de segurança contra assaltos, recomenda-se andar sem sua maleta, que já denuncia um computador, muito visado pelos bandidos. É só uma questão de tempo. A bandidagem vai assaltar só mochileiros de gravata.

O meu trabalho de hoje: uma palestra de uma hora e meia no primeiro Encontro com Fornecedores da Knorr-Bremse, no belíssimo e enorme auditório da Faculdades SENAC. Duzentas pessoas ouviram do Rodmar e do Waldemar as projeções de forte crescimento da Knorr Bremse para os próximos anos, bem acima da média brasileira, como já tem acontecido nos últimos 4 anos. Isso vai requerer um bom preparo de toda a cadeia de fornecedores.


Temas abordados: Mudanças, Lucidez, Pensar Grande, Gerente, Resultados, Recursos Escassos, Fazer Mais com Menos, Criatividade, Pessoas Everest, Pessoas Ervilha, Fazer a Diferença. A reação dos participantes foi muito boa e gostaram do evento. Faltaram as fotos com os fornecedores, que ainda estão com o fotógrafo contratado. As poucas que tirei são do pessoal da Knorr. Antes de retornar a Santa Catarina, um ótimo jantar com meus filhos Vitor e Felipe.


22 de Fevereiro - 3ª. Feira - com os pescadores

Gosto de puxar conversa com os pescadores que estão fazendo manutenção em seus barcos. É assim que vou conhecendo a vida do pescador, suas dificuldades, suas rotinas, seus barcos, suas peculiaridades etc. Pude imaginar um pouco, o drama diário que vivem as esposas dos pescadores. Já passava das cinco da tarde, quando veio uma das mulheres, com seu filhinho, numa bicicleta, perguntando para os pescadores amigos se tinham notícia do marido, que hoje estava demorando muito. Um deles disse que havia passado por ele e que estava tudo bem. Pouco tempo depois, todos o avistaram chegando e ela abriu um enorme sorriso.

21 de Fevereiro - 2ª.feira - ilustre visita - Jorge

5 e meia da manhã, fomos até a BR101, esperar a chegada de ônibus de São Paulo, com o Jorge, filho mais velho da Neuza. Veio passar alguns dias com a gente, antes que as aulas comecem. Verônica todos estes dias estava ansiosíssima com a vinda do irmão. Alegria geral. Aproveitou, descansou, aprendeu a pescar com dicas do vizinho de camping, Edenilso.

domingo, fevereiro 20, 2005


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fazendo mais amigos... são de Curitiba

Reencontramos o Paulo e Marilda, que retornaram de Curitiba para buscar o motorhome. Conhecemos seu amigo, o Castilho e esposa, que também vieram para buscar um trailer, que já está aqui estacionado há um tempão. Uma das boas coisas que acontecem num camping são as novas amizades. Que figura é esse Castilho. Um humor rápido, engraçadíssimo, gostoso. E ao mesmo tempo, dá dicas valiosas sobre novos lugares para conhecermos. Conta histórias e estórias sobre seu pai, que era caminhoneiro nos idos de 1950, 60. Conseguia fazer uma ou duas viagens por mês, do Rio Grande do Sul para outros estados. Estradas de terra, muitos dias, semanas fora de casa. Levava galinhas vivas no caminhão para ter carne fresca durante a longa viagem. Pneu furado era uma trabalheira enorme para fazer o reparo nas câmaras de ar. Caminhoneiro tinha que saber e fazer de tudo. Hoje, nossa vida é uma grande moleza. Celular, socorro fácil, reparo de pneu sem precisar tirar a roda, postos fáceis, asfalto, ar condicionado, hotéis, comida por quilo, rodo-ar, ...

19 de fevereiro. No camping, um filhote de pardal caiu do ninho...

Verônica, protetora dos animais. Representante de São Francisco de Assis.

O Sol brilhava após o temporal da madrugada. O chão, todo gramado do camping, estava bastante alagado. De repente, a Verônica, que dava um passeio com os papagaios, encontra um filhote de passarinho no chão, todo molhado, tremendo, quase morto. Deve ter caído de algum ninho. Recolheu o bichinho, fez um ninho com papel macio seco e colocou uma lâmpada acesa bem acima dele. Depois de meia hora, deu seu primeiro pio. Pouco mais tarde, as penas começaram a secar. Neuza fez uma papinha que costuma dar aos papagaios. E o filhote começou a comer, comer. Depois de duas horas já piava bastante, saltitava, batia as asas. Verônica beijava, abraçava, dava mais comida. Levou para fora do Ventania. Colocou-o sobre uma mesa, brincou mais um pouco. De repente, o filhote voou desengonçado, subiu até uma árvore, e... liberdade...Verônica ia chorar, mas entendeu mais um pouco sobre a vida, a natureza. Deixou de pensar em si e pensou no passarinho. Ajudar, sem esperar nada em troca.Três horas atrás ia morrer. Agora, voou para a vida. Valeu, Veronica.


18 de Fevereiro, aniversário da minha mãe.

Passei pela minha casa em Atibaia para pegar algumas varas de pescar, outro butijão de gás, uma barraca de acampamento para abrigar mais visitas em Santa Catarina, etc. Descobri que roubaram algumas varas. Nada importante. Meu vizinho Toninho fez questão de fazer um bolinho de chuva delicioso, único, crocante, com açucar e canela. Comi um montão e ainda trouxe uma bandeja cheia deles. Preciso aprender sua receita.

Na estrada, liguei para minha mãe. Dia de Aniversário da dona Nina Higuchi. 83 anos. Diz que ainda vai nos visitar em Santa Catarina.

Passei por Curitiba (por sugestão dos campistas Paulo e Marilda) para pegar uma tela na Toldos Lincoln, tela própria para fixar no chão, na entrada do motorhome, evitando que areia e sujeira dos pés entrem para dentro de casa. Finalmente, 17 horas, com a família novamente. Neuza e Verônica voltavam da praia naquele momento. Na semana, rodei mais de 3mil quilômetros. Deu para cansar, mas valeu. E de madrugada, uma tempestade, com fortes ventos. O Ventania balançava, o barulho das lonas, do toldo, das árvores, da água. A gaiola com os papagaios, que estava coberta, caiu com a ventania e chuva. Tive que me molhar para recolher o sol e a lua.

16 de Fevereiro, na estrada, 1000 quilômetros, até Dourado - interior de S.Paulo

Palestra no dia 17 para um grupo da Monsanto, da região de Ribeirão Preto, convidado pelo Laércio, o jovem gerente que já participou de muitos treinamentos comigo e fez questão que eu trabalhasse e treinasse a sua equipe de engenheiros agrônomos em competências gerenciais. Laércio quer ver sua equipe motivada, competente, ousada, gerando resultados ousados. Em termos de ousadia, ele dá um exemplo. Vai fazer uma viagem de moto com um grupo de amigos, nos Estados Unidos, indo até o Alaska.


Um extraordinário exemplo em Orleans. Professor Airton Galvão

Entre as pessoas que estavam muito atentas, um professor cego. É o Airton Galvão. Que figura! Participativo, questionador, otimista, atento, um humor refinado. Quero ter um novo encontro com ele, para fazer uma entrevista, filmar e transformar num documentário, para divulgação da sua competência, talento e contribuição social para o Brasil. Voltando do almoço, ele trouxe um gravador. Quis uma entrevista comigo para passar no seu programa semanal de rádio. Ele comprou três horas aos sábados pela manhã e faz o programa Brega e Chique na Rádio Guarujá de Orleans. Produz as matérias, conversa com ouvintes, dá a previsão do tempo de forma criativa utilizando computador com voz.
Também dá aulas para cegos. É compositor. Já foi vereador. Chega? Este é o Galvão, como é conhecido na região. Terminada a entrevista, conversamos muito na rua. E depois, segue em frente, caminhando com firmeza pelas ruas de Orleans, utilizando sua fiel bengala, dispensando qualquer ajuda.

15 de Fevereiro. Em Orleans, quase 300 quilômetros de Penha.

Acordamos 4 horas da manhã. Compromisso às 8 horas com a Secretaria Municipal de Educação de Orleans, com um seminário para 80 professores da rede municipal. Essa palestra estava agendada desde dezembro.

Mesmo saindo antes das 5 horas, estava complicado dirigir num longo trecho da BR-116, com pista única e mão dupla. Chegamos com 5 minutos de atraso, coisa que eu detesto, mesmo que a grande maioria ainda não tivesse chegado. Comecei 8:30hs. Lá pelas tantas, tive que chamar a atenção de algumas professoras, quer pelas conversas, quer pela distração e desrespeito, que liam jornais, revistas. Dizem que estão prestando atenção. Mas não participam, não opinam. Viajam. Isto acontece sempre que a participação é obrigatória, onde a presença vale pontos para promoções, melhoria salarial e aposentadoria etc. A maioria, que quer prestar atenção, é prejudicada, mas não se posiciona contra quem atrapalha. Cumprimentaram-me por ter feito a advertência dura, direta para quem atrapalhava. No dia anterior isto já havia acontecido. Fico imaginando que tipo de exemplo esses professores dão para seus alunos.

sábado, fevereiro 12, 2005


12 de fevereiro, sábado.

Fomos conhecer Navegantes e Itajaí, distante apenas 15 quilômetros de onde estamos, Penha-Armação. Navegantes é bem menor que Itajaí, mas tem o aeroporto muito utilizado pelas grandes companhias aéreas. Itajaí, bem maior, graças ao Porto de Itajaí, que faz aumentar o movimento de caminhões e carga na região. Não sabemos o porquê, mas estas duas cidades atraem menos turistas do que outras próximas, como Camboriú, Piçarras, Bombinhas.

Conversamos com pescadores, com suas varas longas, 5, 6 metros, linhas grossas, anzóis enormes. Lamentavam o mal dia para a pesca. Nada de peixe após 4 horas. Utilizam camarão vivo para pescar robalo. Pagam 20 centavos por cada camarão vivo. Compram 25 camarões por 5 reais. Gastam por dia em torno de 100 camarões, ou 20 reais para a brincadeira. Contam que num dia bom, um pescador chegou a pescar 70 robalos médios e grandes. Também já pesaram mais de 10 quilos. Acredite se quiser. Mas eu já estou com vontade de experimentar sentar perto deles e tentar também. Se der um quilo, já tá bom.


Itajaí é uma cidade grande, com muitos prédios, mas relativamente calma. Limpa, à beira mar, está bem conservada e muita gente de Navegantes atravessam o rio com a balsa para fazer compras em Itajaí, melhor servida com seu mercado municipal. Merece maior atenção dos turistas.

Em Itajaí, numa caminhada longa, mas rápida, quando íamos procurar um restaurante recomendado de massas (de zero a dez, nota 7, muito cara e não tão gostosa a comida), conhecemos o Mercado, com suas lojas de artesanato, utilidades, inutilidades, alimentos etc, que compõem um visual bastante atraente e agradável ao visitante.

sexta-feira, fevereiro 11, 2005


Conhecendo Brusque - 10 de fevereiro de 2005

Fomos a Brusque. Motivo principal: trabalho. Reunião na Fábrica de Tecidos Renaux como preparação para um treinamento gerencial no próximo dia 14, segunda-feira, como parte de um processo de desenvolvimento da organização. Conheci o presidente da empresa, o Sr. Rolf, super animado e de invejável senso de humor. Para me sentir em casa, chorei e ganhei uma camisa feita com tecido de algodão, fabricado pela Renaux. Usar camisetas de malha como as que eu uso, lá dentro é uma provocação. E a camisa, além de bonita, é gostosa de se vestir.

Aproveitamos para dar um giro rápido pela cidade. Depois de subir até o lindo Hotel Monthez, onde acontecerá o treinamento, fomos almoçar no centro da cidade. Ótima comida, ótimo preço. Lindas peças (acordeon? Harmônica? Gaita?) na vitrine. Um grande movimento comercial. Já é uma cidade agitada, com zona azul, pouco espaço para muito carro. Não vimos pedintes nas ruas.

De volta ao camping,

Com a mamãe Neuza, Verônica aprende o que é esfregar, enxaguar, lavar roupa num tanque. Isto é trabalho infantil.

quarta-feira, fevereiro 09, 2005


Jobert, Priscila, Heloise, Célia e Francisco de Curitiba

Conhecendo novas pessoas no camping, esta família de Curitiba ficou empolgada com o Projeto Força Interior. Conheceram por dentro o Ventania, ficaram admirados com os inacreditáveis quadros bordados pela vovó Fumiko que nos acompanham no motorhome como lição de vida. Minha mãe, Nina, hoje com 82 anos, resolveu, aos 78 anos, aprender com ela essa arte. E já tem mais de 15 lindos quadros que requerem arte e paciência. Muita paciência. A Célia é professora e trabalha na Secretaria da Educação de Curitiba. Quem sabe, algum dia, passamos por lá também para algumas palestras, mesmo que a nossa prioridade seja ajudar cidades menores no interior.

Conversando com Marilda e Paulo de Curitiba, obtivemos ótimas dicas. Precisamos trocar nosso toldo e nos recomendaram o Lincoln em Curitiba e também o Mário para consertar uma janela e a infiltração de água que, de vez em quando, incomoda e estraga a forração interna de madeira.

viver é mais simples do que o fazemos!

Nestes poucos dias vivendo num camping, com muitas outras famílias acampadas, já pudemos ter contato com muita gente. É enriquecedora esta vivência, pois é como formar um ambiente de uma pequena vila, num curto espaço de tempo, onde todos se conhecem, se cumprimentam, conversam, dividem coisas, compartilham coisas, conhecimentos e estórias, o que não se observa mais num prédio de apartamento em São Paulo.

Uma sugestão para os pais é passar alguns dias com os filhos num camping, longe de shopping centers, da televisão e de video games. Principalmente os que estão mal acostumados, superprotegidos, com muita mordomia e conforto, lindos banheiros privativos, guarda-roupa farto, muita parafernália de brinquedos eletrônicos, celular, roupas da Barbie etc. São forçados a deixar de lado a chamada “frescura”, utilizando banheiros comunitários, churrasqueiras comunitárias, sombras de árvore, roupas simples, andar, correr, brincar com outras crianças, comer ao ar livre, desgrudar dos pais, esquecer de condomínios, seguranças, chaves, alarmes, câmeras de vigilância etc. Viver a liberdade com responsabilidade e respeito.Também têm que lidar com imprevistos, como uma forte chuva, ventania etc, tendo que sair para fora para reforçar as amarras das barracas, melhorar o escoamento das águas, recolher coisas largadas etc. Tira a gente da zona de conforto e faz criar uma energia e vitalidade em todo mundo. Vive-se momentos únicos!


é possível simplificar, trabalhar, viver, curtir as coisas e pessoas, amar,

Dia 4 de fevereiro, sexta-feira de carnaval

Como não temos mais as motos, roubadas em Atibaia, decidimos andar de bicicleta. Queremos aproveitar as vantagens da topografia bem plana da cidade, à beira-mar. Compramos uma bicicleta para a Neuza (a Verônica já tem). Também passei um bom tempo ajustando a antena para captar a TV via Satélite. Consegui! A imagem está ótima e o mundo da informação está à nossa disposição. Não pega a Globo, e não dá para ver Big Brother, Xow da Muxa, Malhação, Novelixos. (só lamento perder o Globo Rural e alguns programas matutinos).


A população da região onde estamos, depende básicamente da pesca de peixe e camarão, da criação de ostras e do turismo, além do belíssimo Parque Beto Carreiro World. Aos poucos, vou conhecendo esta nova realidade, completamente diferente da fria região de São Joaquim das maçãs.

Já conversei com alguns pescadores para compreender o seu mundo. Com os fortes ventos nestes dois últimos dias, a maioria não sai para a pesca. Um deles, João, não sai para o mar há 10 dias. Aproveita para fazer manutenção em seu barco, retirando-o da água e melhorando a vedação, rachaduras da maneira, aplicando nova pintura, com a ajuda de seus três filhos já grandes (Robson, Rafael e Rodrigo). Passando a temporada de Carnaval, vou entrar em contato com a Associação dos Pescadores para ver como posso ajudar toda a cadeia que depende da pesca: pescadores, a família, peixarias, moradores, turistas etc.

2 de Fevereiro. Finalmente, chegamos em Navegantes. É feriado local, dia de N.S. dos Navegantes. Encontramos um camping próximo ao Aeroporto. Depois de deixar tudo arrumadinho, instalando toda a parte elétrica e hidráulica, fomos dar um giro por outros locais. E achamos um local melhor, na vizinha Penha, (Armação), no Camping Flamboyant Amarelo, gerenciado pelo simpático e atencioso Sr. Álvaro, onde já estivemos no final de 2003, em nosso primeiro passeio de motorhome. Encontramos uma boa escola para a Verônica. Tivemos que recarregar tudo de novo, remontar novamente no novo local. Mas valeu. Fica numa praia de pescadores, bem calminha, encantadora. Aqui vamos ficar por bons meses. O terrível vai ser no período de carnaval, que começa na sexta-feira agora. Vem muita gente prá cá, de toda parte. Depois, será um sossego total.

sexta-feira, fevereiro 04, 2005


Paramos para pernoitar e jantar no Posto do Tio Doca. Sempre paramos lá. Fazem uma ótima comida a um preço justo. A gente se assustou com o movimento imenso de caminhões e carretas no pátio. Inúmeros motoristas reunidos, sentados, conversando, ao lado dos seus caminhões (só o cavalo mecânico), sem carroceria. Como eu gosto de puxar conversa com caminhoneiros, compreendi o movimento. Com a proibição da passagem dos treminhões, os motoristas desengatam a última carreta, contratam um cavalo mecânico para atravessá-la pela ponte, deixando-a do outro lado. Pagam 50 reais pelo serviço. É surpreendente o número desses veículos que circulam pela BR-116. Assim, a queda da ponte gerou um novo negócio para os donos de Cavalos Mecânicos.

Rumo a Navegantes

Partimos de Atibaia 11 horas do dia primeiro de fevereiro. Por horas, o ambiente no Ventania era de tristeza. Neuza e Verônica aproveitaram para dormir o que não dormiram nos últimos dois dias. Almoçamos no Fazendeiro em Miracatú. Atravessar a ponte sobre o rio Capivari e ver no outro lado a outra ponte que desabou causou certa tensão. Todos passam devagar, parecem prender a respiração. Carreta acima de 45 toneladas não pode atravessá-la. O Ventania pesa só 10 toneladas. A Verônica tirou fotos da ponte. A Neuza não estava passando bem e dormia.

quinta-feira, fevereiro 03, 2005


numa corrida maluca dia 31, véspera da nossa viagem, passei para tirar algumas fotos do pessoal. Falha minha não ter registrado o nome de todos.

esta turma ajuda a fazer acontecer na Knorr Bremse. Dão um belo suporte ao Rodmar Cardinali, fazendo a Knorr crescer ano a ano

no dia 31 de janeiro, encontrei mais um monte de amigos da PlastromSensormatic que torcem pelo Projeto.

passei na mwm para me despedir para a próxima etapa. Pudemos acertar mais detalhes de suporte e divulgação do projeto Força Interior com o Roberto Alves e a Priscila do Marketing da MWM. fabiana faz a ponte com RH do rogério & companhia.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Nova etapa. Mais despedidas!


Eu fico balançado quando presencio estes momentos, pois é de doer! A Verônica é hipersensível e leva o dia todo para se recompor. A mamãe Neuza fica aos cacos nestas despedidas da ninhada e dos amigos e família. E eu arrumei todas estas encrencas para ela. O importante é que elas sabem da importância da missão e que todos nós estamos ganhando com isso. Mas também tem muita perda. No balanço final, o saldo é muito positivo.