quarta-feira, março 30, 2005

Knorr Bremse e o Projeto Formare


29/mar Na Knorr Bremse, palestra para os alunos do Projeto Formare. (que fantástico!)

Assim que conheceram o Projeto Formare que já acontece em diversas indústrias, o presidente da Knorr Bremse, Rodmar Cardinali e o Gerente de Recursos Humanos, Fernando Gonçalves, decidiram fazer acontecer o Projeto Formare também na Knorr.

Da mesma forma que apoiaram o nosso Projeto Força Interior, definiram como prioritário o Projeto Formare pela sua alta contribuição social, direcionado a jovens de famílias pobres, dando-lhes a adequada formação e capacitação técnica, social e intelectual, deixando-os muito bem preparados para o mercado e para a própria Knorr Bremse.
As aulas são ministradas por pessoas voluntárias, funcionários da Knorr-Bremse. Foram preparados e utilizam o material pré-definido para o Projeto Formare.

As inscrições foram abertas aos jovens de bairros da região sul de São Paulo, mais próximos da Knorr Bremse, numa faixa etária entre 16 e 17 anos, com renda familiar inferior a um salário mínimo. Mais de 250 jovens se inscreveram. Testes, testes, entrevistas. O grupo foi se reduzindo. O trabalho mais importante veio depois, envolvendo todo o pessoal de Recursos Humanos e voluntários de outras áreas. Foram conhecer pessoalmente a casa e família dos selecionados, inclusive moradores em favelas da região. Final: 20 escolhidos.

Brava Gente Brasileira!
E foram definidos os 10 rapazes e as 10 garotas do Projeto Formare.
Emoção, alívio, responsabilidade e... novos sonhos pela frente, pois um já aconteceu.

Já tiveram três semanas de aulas. Estão num mundo novo, inimaginável um mês atrás. Todos de uniforme, humildes mas orgulhosos, auto-estima elevada. Alguns se destacam conforme as situações e oportunidades vão acontecendo.

Em três horas com esses jovens pude sentir a grandeza do Projeto Formare, seus desdobramentos, seu significado para suas vidas, dos familiares, das suas comunidades. Mexe também com os próprios funcionários da Knorr Bremse, que sentem muito orgulho com tudo o que está acontecendo e ainda vai acontecer.

Pude trabalhar temas como Pensar Grande; todos são Gerentes; Gerentes buscam Resultados; Gerentes cuidam bem de Recursos; bons gerentes, fazem mais, com menos; Planejam, Organizam, Controlam; Sabem lidar com escassez de recursos; A importância de “pagar mico” para crescer. Conhecer melhor o nosso cérebro.

Foi bom demais estar com essa turma. Foi bom demais ver um Projeto destes acontecendo. Ficamos com nossas energias e esperanças renovadas, em meio aos escândalos dos aumentos dos ganhos e gastos absurdos e nepotismo dos políticos de Brasília. Parabéns, Rodmar, Fernando, Marli, Vanessa, Maklouf, José Aparecido, Sérgio, Souza ... Parabéns aos alunos Drielly, Renata, Alice, Elaine, Franklin, Christian, Raul, Elielton, Francisco, Hugo, André, Sonia, Fernanda, Juliana, Grisélia, Solange, Elói, Estevam, Ramiro.


28 de Março, Verônica. Asas crescendo.

Domingo, todos foram embora. Filhos, sobrinho, amigos, Castilho, Rosângela, Gerson, Mano, Gustavo (que já mandou fotos nossas por e-mail), Lísia, ...camping vazio. No Ventania, só nós três. Um grande vazio e silêncio, tudo quieto. Mas não ficou nisso. A Verônica disse que não ia dormir na cama dela. Arrumou tudo na barraca lá fora. Doeu. Coração apertou. Quase não deixamos. Quase cortamos suas asas. Aprovamos a idéia com a certeza de que depois de uma hora viria para dentro do motorhome. Não veio! Dormiu sozinha lá fora na barraca. Hoje pela manhã, acordou sozinha às 6 e meia, tomou café com a gente (acho que abriu uma exceção), ajeitou sua barraca, e foi para a escola.

Eu e a Neuza ficamos observando-a pela janela indo para a escola. Só 11 anos. Neuza quase chorou. Eu também. Quando voltou da escola foi guardar seu material de escola em sua barraca. Verônica tem asas e está usando. Como dizia um velho amigo meu, o Allan Dorsey, da Dorsey, Rocha, “filhos não são nossos. Nós os temos emprestados por um certo tempo. Depois seguem seu mundo. Portanto, aproveite.”

Hoje à tarde a Neuza vai para Itajaí levar a Verônica a um oftalmologista por causa de uma infecção no olho esquerdo, que deixa avermelhado e coçando. O tratamento feito em São Paulo não deu certo. Também vai ter aula de teclado e coral. As duas vão de carro e à noite eu vou para Itajaí de busão e ferry-boat. A Verônica quer um big-mac e desta vez vai levar.



Aos poucos, as pessoas estão comentando sobre as minhas palestras realizadas para a CDL e para os lojistas do Parque Beto Carreiro. Já está agendado para o dia 18 de abril um treinamento de três horas, para diversas empresas que já ouviram falar do nosso trabalho. Faremos uma turma pela manhã e outra à tarde para que todos os funcionários dessas lojas possam participar. Também terão que trazer qualquer tipo de alimento não perecível para doarmos a alguma instituição filantrópica da cidade, provavelmente a APAE. Também temos recebido e-mail de pessoas que já participaram e gostaram das palestras. Querem continuação.

domingo, março 27, 2005


27 de Março, Domingo de Páscoa.
Bastante chuvoso pela manhã. Espantou os turistas, que foram embora pela manhã. Ainda bem que a nossa turma foi ao Parque Beto Carreiro ontem, sábado e aproveitou muito bem. Hoje é dia de pegar a estrada para São Paulo. Foram embora logo após o almoço para não sofrer muito na BR-116. (na internet, enquanto eu atualizava meu site, saiu a informação quentinha que, às 18hs tinha 20 quilômetros parado em Miracatu. Vão gastar horas e horas nesse congestionamento). Verônica sentiu muito a despedida. A mamãe Neuza dá toda a força. Verônica quer manter a barraca armada e montar sua própria casinha. No camping agora só nós, os papagaios, e o casal Joaquim e Nazaré. Os últimos a deixar o camping foi a família Gerson, Marlise, Diulia e Killian. A barraca fica montada e fechada. Sempre que podem vêm para cá. Moram em Indaial, 60 quilômetros daqui. Também aprendi com o Gerson. Que calma. Semana passada, misteriosamente, sumiu a chave do carro dele. Todo mundo procurando por horas. Tinha que ir embora. Qualquer um estaria nervoso. Calmamente, disse “Tudo bem. Acho que é para não ir embora agora.” Não achou a chave. Foi para casa de carona e voltou depois com uma cópia, sem stress.

Jorge, o filho da Neuza, quis pescar mas não achou uma brecha.

Reencontros. Castilho, uma figurinha carimbada!
Esse gaúcho de Caxias do Sul mora em Curitiba. É dessas companhias que fazem o dia passar rápido. Simplifica a vida, sem frescura, direto ao ponto, sem rame rame - nheco nheco. Ensina o que sabe, conta casos, ri de si mesmo, curioso, ajuda todo mundo e conhece meio mundo. Desta vez não vieram os amigos Paulo e Marilda, também de Curitiba. Assim, pudemos falar mal deles à vontade. Depois as coisas se invertem e tudo bem. E eu boto mais pimenta no meu site, sem direito a defesa.

Dá um trabalhão danado manter o site atualizado. Mas eu gosto. Muita gente vem acessando o diário de bordo e mais pessoas passam a conhecer o Projeto Força Interior.

sexta-feira, março 25, 2005


O Espetáculo da Armação da Barraca.

Camping é ótimo para todos. (deveria ser matéria obrigatória nas escolas, pelo menos uma vez por mês, para crianças e pais)

Novas amizades, saudações, abraços, despedidas, encontros, desencontros, reencontros, solidariedade, cachorros, papagaios, cooperação, trocas, doação, respeito, tarefas, responsabilidade, descanso, desprendimento, risadas, música, churrascos, ventania, chuva, correria, tropeços, lonas, cordinhas, ganchos, amarras, desistências, mau humor, novidades, imprevistos, bom humor, criatividade, prevenção, gambiarras, curtição, fofocas etc.

O camping lotou no feriado. Este grupo de amigos parece uma dissidência do MST, mais da paz, liderada pelo Mano e Gustavo. Faltou gente na foto (Renato, Juliano, James, Cyrus), pois estavam de plantão fazendo a vigilância do acampamento.

24 de março. Ilustres visitas no camping.

Era aproximadamente uma hora da tarde. Tocou o telefone enquanto eu desenvolvia no computador material para cursos gerenciais. Assim que atendi, reconheci a voz do outro lado avisando que estava na entrada da cidade de Penha e viria nos visitar. Eu disse em voz alta apenas “Mas só podia ser você, sua maluca!”. Perguntei para a Verônica se fazia idéia de quem estava chegando. Acertou na primeira: - É aquela sua amiga da Lacta que visitou a gente em São Joaquim, porque você falou do mesmo jeito “sua maluca”. É evidente que a Verônica jamais vai se esquecer da Simone Martins, Diretora de diversas fábricas da Kraft, depois que ganhou uma caixa cheia de bombons e tabletes de chocolate em São Joaquim. E hoje ganhou um tremendo ovo de páscoa. Também veio a minha amiga Dora, Gerente de Compras América Latina da Kraft Foods. Vieram de Curitiba. Almoçaram no Ventania, (Verônica fritou um peito de frango). Colocamos o papo em dia, andamos pela praia do trapiche, ouvimos e contamos muitas estórias. Depois de acabarmos com um enorme coração de chocolate Sonho de Valsa, seguiram para Bombinhas.

Mal. Muito Mal. O Mal de Chagas em Santa Catarina

23 de março. O Susto e o Surto do Mal de Chagas com o caldo de cana.

Rádios, tv e jornais têm alertado as pessoas que tomaram caldo de cana na região. Estima-se que 50 mil pessoas tomaram o famigerado caldo que já causou 6 mortes. Nosso amigo Lorival, aqui de Penha, finalmente sabe o que aconteceu com seu filho Michel. Por 30 dias esteve em desespero com tanta hospitalização do filho, sem diagnóstico da doença grave. Agora, o tratamento tem uma base. Neuza ligou para os pais para que façam os exames para se certificarem que não estão infectados. Tanto o pai como a mãe da Neuza tomaram o caldo de cana em Santa Catarina quando vieram nos visitar no final de fevereiro. Mesmo não apresentando nenhum dos sintomas da doença, é importante tirar a preocupação de todos. Eu escapei por sorte, pois, num certo dia saí de carro só para tomar um caldo de cana. Percorri diversos pontos de venda e estavam todos fechados, pois só abrem no final de semana.

quarta-feira, março 23, 2005


22 de Março, terça-feira - Treinamento para lojistas do Parque do Beto Carreiro World

Jonni, que faz parte da diretoria da CDL, pediu uma palestra para o seu pessoal que cuida das lojas, lanchonetes e restaurantes do Parque Beto Carreiro. Às 8 horas sai o ônibus em direção à Fazzenda Park Hotel, em Gaspar. Serão duas horas de palestra e tempo livre depois, para lazer até o final do dia. Verônica tem escola pela manhã e não vai com a gente. Vai se virar sozinha para o almoço. Não se aperta. Sabe fazer um filé na frigideira muito bom.

Os pontos trabalhados nessas duas horas foram: Des-envolver, Lucidez, Pensar Grande, Gerenciar é dar um jeito de Fazer Mais Resultados, Com Menos Recursos, Lidar com Escassez e restrições de recursos, a importância da Criatividade para enfrentar essas restrições, a importância das Pessoas, único recurso capaz de driblar situações de escassez, momentos das pessoas (Everest ou Ervilha), o seu problema é meu problema, e vice-versa, a responsabilidade de todos em relação ao futuro da região, o compromisso com as próximas gerações. Acreditar em seu poder, em sua Força Interior.

No encerramento, o Jonni encaixou algumas oportunas observações. Uma delas, fez menção ao exemplo que eu mesmo dei para todos, realizando o meu trabalho com muita escassez de recursos e produzindo ótimos resultados. Deu como exemplos a sala super-hiper apertada, que comportaria 10 a 15 pessoas no máximo, mas demos um jeito de colocar as 35. Não tinha flip-chart para escrever e utilizei papel de embrulho que sempre carrego para emergência. Não tinha onde fixar o papel. Utilizei a lateral de uma geladeira. E o resultado final, que é o mais importante, gostaram muito.



Eu, Neuza e Verônica, ganhamos camiseta e mochila do Parque Beto Carreiro World. Todos ficamos com a certeza de que haverá uma continuidade neste processo de desenvolvimento de pessoas.

segunda-feira, março 21, 2005


21 de Março. Caldo de Cana provocando Chagas na região.

Doenças misteriosas vinham acontecendo em pessoas da região, principalmente no litoral de SC. Médicos não conseguiam diagnosticar. Seguidas internações, e altas seguidas de novas internações. Ocorreram três mortes até descobrirem que era a doença de Chagas, provocada por barbeiros, que atingiu as pessoas que consumiram caldo de cana na região da BR 101 em Joinville, Navegantes e Penha, no início de fevereiro. Bem onde estamos. O Michel, filho do nosso amigo Lorival, onde sempre compro ferragens e outras utilidades, foi vítima do maldito caldo de cana infectado pelo barbeiro. O Lorival vivia desesperado pela não identificação da doença do filho e da nora, que eram medicados e liberados, internados dias depois, medicados, liberados, numa novela sem fim. Agora, tudo esclarecido, o tratamento deverá resolver de vez e trazer a paz à família do Lorival.

domingo, março 20, 2005


20 de março, domingo - Mais Encontros e Partidas

Domingo, num camping, sempre tem gente partindo. A cada final de semana, novas pessoas chegam, conhecemos, conversamos e cada um segue seu caminho. Pode haver um reencontro, pode ser que não. Neste final de semana conhecemos um casal, Esteban e Dileta, com seus filhos Laura e Manuel. Têm uma pousada em Balneário Camboriú e também têm um enorme motorhome. Saem pelas estradas fora de feriados e temporadas quando a pousada tem pouco movimento. Esteban é uruguaio-brasuca, sempre ouvindo música, de todo gênero. Curte seu charutaço que, com sua fumaça e cheiro, espanta pernilongos de todo o litoral de Santa Catarina. Uma figura, esse Esteban. Mostrei-lhe meu saxofone tenor Weril. Experimentou, gostou e se interessou. Neste acampamento reencontraram outro casal (Joaquim e Nazaré), que estão neste camping há meses. O Joaquim é aquele que me deu a dica do telefone fixo. Em poucos dias consegui o meu, com uma facilidade inacreditável, sem ter que preencher nenhum formulário. Isso vai ajudar a diminuir as despesas com telefone celular e no uso da internet. O Joaquim e Nazaré são aposentados e também moram boa parte do tempo no motorhome. Joaquim adora uma pescaria, sai de barco pra longe, preocupando Dona Nazaré. Joaquim acessa o nosso site e ajuda apontando algumas falhas para correção. Têm a companhia inseparável da Juju, uma cadelinha brincalhona que também serve de companhia para a Verônica. Estamos torcendo para que fiquem muitos meses junto com a gente, aqui no Camping Flamboyant Amarelo, em Penha, Armação.

sábado, março 19, 2005


18 de Março, sexta-feira. Finalmente, a primeira palestra em Penha (SC).



Lorival é o Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Penha. Juntamente com a ACIPEN, convidaram para a palestra representantes de todos os setores da região. A Prefeitura (Secretaria da Educação-Albertina, Secretaria de Turismo-Feti, Secretaria do Bem Estar Social-Elenir), vereadores Nicélio, José, empresários do comércio, turismo, lazer. A CDL de Piçarras também marcou presença com a Sra. Briguite. Outros membros da diretoria da CDL e da ACIPEN também prestigiaram o evento como o Valmor, José Jacintho, Heinz e Jonni. O José Jacintho espalhou que já viu o site do força interior e que gostou demais e continua acompanhando o nosso trabalho.

A Palestra motivacional foi um sucesso.



Em apenas uma hora e meia, foi possível mexer com os participantes, que puderam refletir e aumentar o auto-conhecimento. Também puderam descobrir suas competências como gerentes, a importância dos resultados, utilizando ao máximo seus recursos. Ao final, todos aplaudiram e muitos já se interessaram em dar continuidade a essas palestras e também estender ao seu ambiente de trabalho. Feti, Secretário de Turismo, Albertina da Educação, Elenir do Bem-Estar Social, Briguite de Piçarras, Valmor, Gilmar, Heinz. Foi um ótimo início do Projeto Força Interior. Gratificante. Na próxima terça-feira, vou fazer uma palestra para a equipe do Jonni, responsável pelo gerenciamento das lojas e serviços do Parque Beto Carreiro.

16 de Março. Dia de Hospital para a Neuza

Já estava marcada há um mês uma internação para a remoção de pólipos de estimação. Às 5 horas da manhã já estávamos no Hospital Santa Helena. Ótimo atendimento. Correu tudo beleza. A operação foi muito bem realizada pelo Dr. Frederico Ken Masuko. Sendo necessária anestesia, só foi liberada às 3 e meia da tarde. O nome do anestesista a Neuza esqueceu, pois apagou. Retornaremos a Penha (Santa Catarina) amanhã pela madrugada. Verônica perdeu quatro dias de aulas e terá que recuperar as matérias perdidas.

Consegui um tempo para ver meus filhos Vitor e Felipe, e a minha neta Nina. Só faltou ver o Cacá, o mais velho, pai da Nina.


5 de Março. Cultivo de Marisco - Brava Gente Brasileira


Tirei muitas fotos destes trabalhadores que cuidam do cultivo de mariscos. Não são os donos da “fazenda” do mar. Mesmo que queiram, a Marinha não está mais concedendo novas áreas para o cultivo do marisco no mar. É um trabalho danado de pesado. Quem sabe um dia eu tenha coragem de acompanha-los no mar. No ano passado tiveram grandes perdas com uma grande mortandade dos mariscos por infecção de vírus.

quarta-feira, março 16, 2005

Yes, Made In Brazil


Estes empresários vieram da Áustria para conhecer a Weril. Ficaram impressionados com tudo. Os instrumentos belíssimos e de alta qualidade, as pessoas, o ambiente. No almoço presenciaram os funcionários e artistas da casa, com Mário no trompete, Deusmar no sax, Agnaldo nas cordas, Nilton no acompanhemento, Cícero no sax.

Os revendedores visitaram a fábrica da Weril, receberam muitas informações sobre os produtos, e também tiveram palestras motivacionais com o Mário e comigo.

Brincadeira. Tudo invenção minha. Eu apenas dei asas à imaginação ao ver uma das fotos que eu havia tirado.

terça-feira, março 15, 2005

Cursos Imperdíveis no Cetrejo em São Joaquim


7 de Março. Esta semana a Neuza estará em São Joaquim, fazendo um curso de tapeçaria no Cetrejo, Centro de Treinamento vinculado à Epagri. Levei-a de carro até Blumenau. De lá a Neuza vai de ônibus até Lages e depois até São Joaquim. São poucos ônibus que vão até S.Joaquim. Neuza quer aprender, fazer e depois ensinar outras pessoas.
É o quarto curso feito pela Neuza no Cetrejo. Já fez curso de Conservas de Frutas e de Legumes, Preparo de Trutas, Preparo de Lã, Tear. Não cansa de elogiar a qualidade dos cursos, das instalações, dos quartos, da comida etc. E recebe material de primeira sobre os cursos. Acha inclusive, que deveria ser cobrado algum valor dos alunos. Estranha o fato de haver pouquíssimos interessados nesses cursos, mesmo sendo gratuitos. Até a hospedagem e a alimentação o aluno não paga nada. Muitas pessoas da região poderiam fazer estes cursos e assim, terem a oportunidade de gerar mais trabalho e renda para a família e para a região.

Ó, mamãe! Meu primeiro tapete!


Trabalhos lindos do pessoal. Um pouco sobre a turma:
Íris é a professora. Já havia dado o curso de tear e de preparo de lã.
Margareth é professora da Escola Rocha Pombo em São Joaquim. Marli, ex-professora, também de S.Joaquim. Valcil e Simone são de Chapadão do Lageado (SC), já trabalham, produzem e vendem artigos elaborados com lã. O casal deixa seus filhos pequenos (piás) com uma vizinha para fazerem o curso. A outra Neusa cuida de um sítio no interior de Otacilio Costa. Veio com a sobrinha Patrícia. É impressionante como essa Neusa fala bem dos seus “patrões”. É ela quem cuida do sítio deles, sente-se bem tratada, respeitada e valorizada. São os “patrões” que a incentivam fazer estes cursos. A “patroa” tem uma escola em Lages onde seus alunos aprendem a cuidar das coisas, lavam e limpam o que sujam, aprendem valores importantes para um cidadão exemplar. Ligia é de Orleans, ex-professora e faz o curso também com o apoio da Prefeitura de Orleans.

terça-feira, março 08, 2005


4 de março- Rumo a Barreiras, interior da Bahia. Foi FANTÁSTICO

Objetivo: realizar duas palestras num evento de uma empresa, Sementes Oilema, para dois grupos de 250 pessoas, em sua maioria produtores agrícolas.

Uma longa viagem a um lugar do qual nunca havia ouvido falar. Essa também foi uma das razões de eu ter aceitado o trabalho, a convite do Júlio Lautert, e da Marli Ricetti, da Monsanto, que já conheciam meu trabalho. Para chegar lá: Neuza me deixa no aeroporto de Navegantes às 6hs da manhã. Em Congonhas-S.Paulo às 8:15. Em Pampulha, Belo Horizonte às 10:00hs. Em Salvador chego ao meio dia e o avião Brasilia para o interior sai às 16:00. Chega a Lençóis, Chapada Diamantina às 17hs. Finalmente, em Barreiras às 18 horas. Sérgio da Monsanto me aguarda. Estava aliviado com a minha chegada, pois se o vôo tivesse atrasado 20 minutos, teria escurecido e o avião teria que seguir para Brasilia, 550 quilômetros distante de Barreiras! Foi bom eu não saber disso, pois estaria sofrendo desde a saída de Navegantes. De carro, mais 90 quilômetros até o município de Luis Eduardo Magalhães, no ótimo Hotel Saint Louis. Uma reunião-jantar com o Júlio, Daniel e Paulo, da Monsanto, que estão ajudando a acontecer o evento da Oilema.


5 de março, sábado - MUUITA CHUUVA, sem parar.

Sementes Oilema! dos empresários Valter Gatto, Celito Missio, casado com Carminha Gatto. Que família!

É de se tirar o chapéu! Uma surpresa após a outra. 7:30 da manhã chegamos às instalações da Oilema, local do evento. Previsão: 500 pessoas. Com tamanha chuva, que não dá trégua, eu já ficaria satisfeito com 200. Soube depois, que Vieram mais de 600!!!

A entrada bem cuidada da empresa chama a atenção. O número de pessoas que já chegaram é grande. Gente orientando o estacionamento (só tem pick-ups 4 X 4). A equipe de recepcionistas (todas são da família ou da empresa) atende e cadastra os que chegam. A APAE também foi convidada a participar do evento. Tem café, bolo, suco, torresminho feito pelas mulheres da família Gatto. Tudo no evento foi feito e preparado e sendo realizado pela família e funcionários. Nada de contratar empresas e recepcionistas.

Um pouco da história da Sementes Oilema (ou da família Gatto)

Valter e Celito Gatto (são em 10 ou 11 irmãos) moravam em Espumoso, Rio Grande do Sul até 1981. Preocupado com o futuro e trabalho para todos, o pai Gatto comprou terras em Barreiras, interior da Bahia, numa época em que ninguém dava valor às terras do cerrado, principalmente para agricultura. A verdade da época: cerrado é pura areia, sem chance para se plantar e não tem árvores que produzem madeira para a construção de casas. Ninguém queria terras do cerrado. Motivo de críticas, voltou com a notícia da aquisição das terras.

Comprada a terra, alguém tinha que ocupar e cuidar dela. Vieram Valter e Celito. Valter contou que não havia nenhuma habitação nem bar, nem loja, nada, num raio de dezenas de quilômetros. As fotos mostram a sequência e a evolução até os dias de hoje. Primeira grande decisão deles foi contratar uma empresa para perfurar um poço artesiano, e, por serviço mal feito, 150 metros de buraco e nada de água acima, nada de dinheiro. Tudo foi por água abaixo. Mas o buraco ficou no bolso. Iam fazer as mochilas e voltar para casa. Mas gaúcho é gaúcho. Persistência e Teimosia é marca de gaúcho. Decidiram plantar soja, melhoraram o solo, obtiveram boa produção. Outra grande decisão. Financiaram a compra de uma colheitadeira. Em poucos meses, quitaram antecipadamente a dívida com a produção obtida. E a notícia se espalhou: aqui dá para plantar soja e ganhar muito dinheiro. A decisão de quitar a colheitadeira foi estratégica. A máquina valia mais do que as terras desvalorizadas e permitia acesso a maiores empréstimos, dando-a como garantia. Isso acelerou o crescimento da Sementes Oilema. Hoje, os Gattos e a Oilema representam uma potência que deu enorme contribuição para o desenvolvimento de toda essa região do Brasil.


Contei um pouco da história dos Gattos. A questão para pensar é: quantas pessoas fariam isso? Isso é Fazer a Diferença, Isso é Fazer a História! Isso é sair da Zona de Conforto!

Brava Gente Brasileira! Estes mudaram o Brasil!


Flagrantes da palestra. Em pleno interior da Bahia, das quase trezentas pessoas na primeira turma, a grande maioria veio de outros estados. Uma minoria é da própria Bahia.

flagrantes no campo de soja. Imagens curiosas.

Henrique, mais um louco, ousado. Henrique morava em São Joaquim. Recebeu um convite para trabalhar em Barreiras-BA. Interessou-se pelos novos desafios. A noiva concordou, casaram-se e mudaram-se para a Bahia. Além de trabalhar em Barreiras, também leciona na faculdade. Veio me parabenizar pela palestra e saber da nossa passagem por São Joaquim, onde ficamos por 5 meses, dando palestras e treinamentos de graça para comerciantes, escolas, associações. Ficou inconformado com a indecisão da gerência da Sanjo, uma cooperativa de lá, que ficou de analisar se aceitava a palestra gratuita. Passaram-se 5 meses e continuam analisando, ao contrário do que aconteceu em Penha, onde, no primeiro encontro com um lojista, o Lourival, já acertou uma palestra para a Câmara de Dirigentes Lojistas e a Associação Comercial e Industrial de Penha.


Para retornar a Navegantes, só tem uma forma: hoje é sábado, não tem vôo. Só de carro até Brasilia, 520 quilômetros, mesclando trechos bons e trechos com buraco. Tenho que agradecer ao Sérgio, da Monsanto, e sua esposa Ana, que me levaram até Brasília. Saímos 16 horas de Luiz Eduardo e chegamos ao Hotel às 22 horas, com chuva o tempo todo. Seis da manhã no aeroporto. Meio dia reencontrando minha JapoNeuza e a Verônica em Navegantes.

domingo, março 06, 2005


1 de Março. Por sugestão da Neuza (como sempre), saímos ao final da tarde com a Veronica, para conhecer novos lugares da região. Fomos até o município de Barra Velha, 25 quilômetros ao Norte, pela BR-101. Ótimas surpresas, mais novidades para nós. Barcos coloridos na areia, apertados num pequeno espaço. Comparados aos de Armação, são muito diferentes. Quando estão na areia, os barcos de Armação estão em manutenção. Caso contrário, ficam ancorados na calma baía. Já, em Barra Velha, sempre precisam trazer o barco para a areia após o retorno do trabalho diário, pois as águas são muito agitadas, impedindo que os barcos fiquem na água ancorados. E empurram seus barcos todo o dia novamente para o trabalho. Que trabalho!

Retornam lá pelas 7, 8 horas da manhã com os peixes (Arnoldo citou um monte deles, mas só lembro de robalo). Com a ajuda de amigos e de um guincho, puxam o barco para fora, com as 4 redes substituídas. Vendem seu peixe lá mesmo. Seguem para casa para o café/almoço. Dormem por duas, três horas e retornam ao barco para manutenção das redes. Mãos hábeis com o canivete, nylon, navete (peça utilizada para carregar o fio, tecer os nós) e a rede de 100 metros. Passam a tarde toda fazendo a inspeção da rede e o conserto de 400 metros de rede. Quatroceeeennntttooosss metros. Terminado o trabalho, penduram as redes na estrutura do telhado que serve de posto de trabalho e abrigo dos pescadores. Cada pescador sabe onde estão as suas. Os pescadores do local têm seu pequeno armário para guardar coisas pessoais e de manutenção do barco. Retornam para jantar em suas casas, mais uma soneca de quatro horas. De madrugada, carregam 4 redes no seu barco, empurram-no para a água e...começar de novo.

Pretendo, um dia, se vier a coragem, acompanhar uma ida ao mar, à noite, para vê-los trabalhando (e localizando suas redes), substituindo algumas, retirando os peixes etc. Meu maior medo é o balanço do barco balançar meu estômago e me virar do avesso.

1 de março de 2005

Logo cedo, 7 horas, despedidas. Os pais da Neuza e seu filho mais velho Jorge, estão voltando para São Paulo. Têm um longo caminho pela frente, pois irão até Londrina, onde o pai da Neuza vai fazer uma consulta médica. A despedida não foi de tristeza pois a proximidade de um novo reencontro permitiu apenas bons abraços. Desta vez, Veronica não sofreu muito. Ganhou carona até a escola. Dia 12 de março estaremos todos em São Paulo para fazer uma feijoada de aniversário dela, 11 anos.