sábado, julho 31, 2004


foram 3 ou 4 minutos de neve caindo. Conseguimos contar 20 flocos de neve na cabeça de cada um. Mas, valeu demais. A primeira vez a gente nunca esquece.

e VIMOS a NEEEVEEE. A Neve, por 3 minutos! Mas vimos

31 de julho. E vimos a neve cair em São Joaquim!!!

Eram oito horas da manhã, 1 grau abaixo de zero. Tomávamos café no Ventania, quando olhei pela janela e vi coisas dançando no ar. Levei alguns segundos para ligar as coisas e aí gritei. NEVE!! Está nevando. Corremos para fora para sentir a neve. Foram apenas 10 minutos, mas inesquecíveis, ver os flocos dançando no ar e pousando no cabelo, na roupa. Só deu tempo para algumas fotos, filmar um pouco e fim da neve. Inesquecível. E tudo graças à Veronica, que fez questão de passar em São Joaquim porque queria ver neve. E viu! E vimos a neve caindo. Na verdade, a neve não cai. Ela voa, dança, flutua, pousa.

sábado, julho 24, 2004


O primeiro quadro da Neuza, no Parque da Maçã em São Joaquim

domingo, julho 18, 2004


Lágrimas. Muitas lágrimas na despedida. Verônica foi quem mais sofreu. E uniu mais todo mundo.

hora de chorar. a despedida dos filhos da Neuza.

18 de Julho de 2004 - 17:30, na rodoviária de São Joaquim.

O dia e hora mais difícil. A partida. Triste, mas lindo, mas triste. Agora é prá valer. Jorge, Sonia e Rafael voltam para S.Paulo. Em S.Joaquim fica apenas a tripulação do Força Interior, Raul, Neuza e Verônica, mais os amiguinhos papagaios, Sol e Lua.
Sem palavras. Só dor, de amor! O Rio de Piracicaba vai jogar água prá fora, quando chegar a água, dos olhos de alguém que chora.

Jantar sem eles foi sem graça. Dormir sem eles, também. Verônica chorou muito na cama. Demorou para dormir. É a distância que aumenta a união. O Sol e a Lua fazem a alegria da tripulação.

Adilson Baher, um empreendedor de Blumenau

17 de Julho de 2004 - Outra grande figura: Adilson Baher.

De Blumenau, 37 anos. Era o nosso vizinho de motorhome na Praça em São Joaquim. Fui pedir dicas sobre mistura de querosene no diesel. É absolutamente contra. Ensinou-me a dar partida no frio. Manter a chave pressionando e acionando o motor de arranque por bons segundos. Tentar novamente até pegar. E pega mesmo. Eu sempre aprendi que ao ligar e tentar a partida do motor era girar e soltar a chave em seguida, jamais mantendo-a girando o motor. Foi a minha salvação, pois do meu antigo jeito, eu estragaria o motor de arranque e acabaria com a bateria, sem ligar o motor.
Passamos a conversar, enquanto sua filhinha Brenda de 1 ano passeava prá lá e prá cá.
Chamei o Jorge para ouvir sua história: começou a trabalhar aos 14 anos, como faxineiro de uma revenda de automóveis em Blumenau. Como era frequentemente mal tratado por alguns funcionários, certo dia conseguiu emprego numa oficina de motos, onde aprendeu fazer manutenção em motos. Aos 16 anos abriu sua própria oficina de motos, em conjunto com outra pessoa que tinha oficina de lambretas. Observando a escassez de peças importadas, começou a usinar algumas. Vendo que a procura era grande, passou a produzir em escala, vendendo para fora de Blumenau. Passou também a fabricar máquinas para a indústria textil. Carregava-as num caminhão, em direção ao nordeste do Brasil, e retornava quando vendia todas as suas máquinas. Aproveitava a viagem de volta carregando coco para o sul. Domina 4 idiomas, sem ter feito nenhuma universidade. Representa várias indústrias européias na América do Sul. É o tipo de pessoa que não enxerga crise. Só oportunidades. O Brasil precisa de mais Adilsons. Prometi que um dia estarei em Blumenau para fazer uma palestra aos seus mais de 70 funcionários.

sábado, julho 17, 2004


Na Praça em São Joaquim, Adilson e a filhinha Brenda. Um papo gostoso. Aprendi muito.

sexta-feira, julho 16, 2004


retornamos dois dias depois para ver a Serra do Rio do Rastro. Foi uma proeza subir com o busão e o carro. Passei no teste, sem saber!

Para São Joaquim, encarando a Serra do Rio do Rastro

16 de julho de 2004

Sexta-feira, bem cedo já estávamos partindo em direção a São Joaquim. A dúvida maior: subir a famosa Serra do rio do Rastro ou dar a volta por Lages? Mesmo sentindo que o motor não estava rendendo como antes da parada em Garopaba, perdendo a força rápido, resolvemos subir a serra, puxando o Ventinho. O Ventania está com lotação máxima. 10 toneladas, fora o Uno que tem que ser puxado. Tempo nublado, chuviscos eventuais.

Descemos a BR101 até Tubarão. Dificuldades em ultrapassar e fazer subidas prolongadas. Vira e mexe, fila de carros se forma atrás de mim. Encosto, dou passagem e libero a pista para todos. E assim, vamos passando por pequenas cidades, conhecendo novas paisagens. São Ludgero, Braço do Norte, Orleans. E começa a Serra do Rio do Rastro. E eu rezando para o Ventania suportar a subida de aproximadamente 12km. Asfalto bom, subida relativamente suave, areas de escape, tudo tranquilo, mesmo com nevoeiro. Não dava para enxergar o que ainda tínhamos a subir. Parecia uma grande moleza. Até que o asfalto foi substituído por piso em cimento ou concreto, paredão de pedra de um lado e abismo do outro. Pista estreita.

Dois caminhões não podem ocupar uma curva. Impossível. Um tem que parar bem antes. E o motor estava fraco. E a subida ficava mais íngreme. E as curvas passaram a ser de 180 graus, sem exagero nenhum. Impossivel subir em segunda marcha. O motor não aguentava. Tinha que ser só em primeira marcha. O Ventania estava sofrendo mas ia adiante. Vez ou outra um veículo em sentido contrário. Quando era caminhão, cada um se espremia pelo seu lado direito, quem está descendo pára e dá prioridade para quem sobe. Sorte minha. Até que encontrei um ônibus grande numa curva. Tive que parar. O outro, para minha sorte, começou a dar ré. Parou, pois outro caminhão chegou. Também teve que dar ré. Tentei sair novamente e o motor não aguentava. Eu suava frio. Pé no freio, freio de mão puxado, acelerando bastante, espelho recolhido, passageiros do ônibus com medo do japonês. Soltei o freio de mão, com cuidado para não descer para trás e perder o controle. Acelerando, o motor hesitou, mas, sacolejando bastante começou a ir adiante. Dei um berro para o Jorge, que estava filmando, parar de filmar e por a cabeça para fora para ver o quanto ainda podia ir para a minha direita sem bater na guia alta de proteção. Rezei em silêncio, disfarcei uma fachada de confiança e... banzai.

Depois dessa, qualquer coisa é refresco. E o Ventania subiu a Serra do Rio do Rastro, com um motorista calouro, japonês de chapéu e óculos ao volante. Fomos ao mirante no dia seguinte, com tempo aberto, só para conferir a serra que subimos. Quando a vimos do alto, tive a seguinte certeza: só encarei porque eu não sabia que a Serra do Rio do Rastro era tão pedreira. Às vezes, é melhor não saber. Senão, nunca teríamos tido tal experiência, inesquecível. A Neuza é mais atirada. Eu mais cauteloso. Muitas vezes, “bundão”. Sabendo disso, embarco nas idéias dela. Tem sido bom demais.

segunda-feira, julho 12, 2004

buzinaço na Knorr Bremse

Quarta despedida: Knorr Bremse

Eu não poderia deixar de ver e abraçar o Rodmar e o Fernando, que desde o início se propuseram a me apoiar financeiramente no projeto Força Interior. Entenderam a missão, os propósitos, a contribuição social. Juntamente com os donos da Plastrom Sensormatic, tornaram este projeto rapidamente viavel. As demais lideranças também sempre acompanharam de perto o passo a passo do projeto. Pedrinho, Toninho, Valdemar, Wilson, Ricardo, Valéria, Salvador, Leandro, Veronica, Vanessa, Aline, Sergio, Aparecido, Marli, Makluf, Souza, Vivian, Solange, Sidnei, Jefferson, Fernando, Teddy, Marcel, Danilo. Minha gratidão especial ao Gilson, da assistência técnica, que bolou um sistema de válvulas especialmente para o Ventania e pessoalmente foi para debaixo do busão para fazer toda a operação de troca, por dois dias inteiros, sob chuva inclusive. Com o aval técnico do Giba, ando com total confiança nos freios.
O momento que espero ser o mais difícil é o momento de despedida, pois o período em que trabalhamos e convivemos foi muito além do aspecto profissional. A convivência, as conversas compartilhadas, o apoio de parte a parte nos momentos mais delicados que todos nós tivemos, fez da gente uma equipe de amigos que transcende a amizade. E por incrível que pareça, a despedida não é mais despedida, pois todos estamos certos que estamos mais juntos do que nunca. Ao invés de choro, comemoramos. Certo, Rodmar? Coisa louca esse tal de ser humano. Para mexer ainda mais com as minhas emoções, ainda vi um dos meus filhos, o Vitor, que foi ao meu encontro na Knorr, com trufas do meu aniversário e a Nina, minha netinha de dois anos. Um abraço demorado, de muita gratidão e amor. Valeu, Vitão. Eu te amo muito.


Pose para muitos fotógrafos. Neuza, Raul, os papagaios Sol e Lua, e o Rodmar.

Que presente de aniversário: Ver o Vitor e a minha netinha Nina, filha do meu filho Cacá.

Verônica fotografou meu bolo na MWM

despedida com bolo na MWM

Terceiro destino: MWM Motores Diesel Ltda.
Com uma hora de antecedência, chegamos aos portões da MWM, que já nos aguardava com a equipe do César de plantão. Paramos o Ventania bem na frente do refeitório, para permitir a visita dos funcionários que acabavam de almoçar. Com tanto engenheiro na empresa, não faltaram dicas, alertas e sugestões. Uma observação de um cara sempre muito atento aos detalhes, foi fundamental para a nossa segurança na viagem: o Bira bateu os olhos no engate do Uno e apontou um problema grave. Estava muito torto embora ainda bem firme. Dava para seguir em frente. Descobri a causa. Besteira de motorista novo. E que besteira! Na primeira manobra que fiz, na Weril, havia desengatado o Ventinho para manobrar tranquilamente o Ventania. Ao reengatá-lo, esqueci de deixar a direção do Uno livre. Ficou travada e andei assim por quatro curvas fechadas, o suficiente para forçar e entortar o engate. Que lição. Valeu, Bira.

Cada um que entrava no Ventania ficava encantado, pedindo para ir junto. Eu estava tranquilo em relação ao motor, pois o Belo, o Marcelo, o Eustaquio, fizeram uma completa revisão no super 229 seis cilindros. Hora da partida, Rogério, Valéria, Fabiana, Bruno, Angelo, prepararam um bolinho com parabéns a você e mais fotos. Fica aqui o meu agradecimento ao apoio do Nicolas, Regina, Luzzi, Louzano, Giannini.


Rogério, da MWM. Teve até um bolo para cantar o parabéns para o japonês.

Heitor veio dar um abraço na gente. E toda a turma da Plastrom Sensormatic saiu para nos ver. E ainda teve um Parabéns a Você, na rua.

Zanella, Ruy e Ricardo. Apoio maior que isso, é impossível.

despedida na Plastrom Sensormatic

Segundo destino: Plastrom-Sensormatic em Alphaville. Meu plano era chegar 10hs. Atrasei 15 minutos. O problema: onde estacionar o Ventania e o ventinho acoplado? De repente chega o Ricardo Noda para ajudar a manobrar. Não o esperava, pois imaginava que não havia sido avisado. Que grata surpresa e emoção, pois, com o Rodmar e Ruy, o Ricardo foi dos primeiros a apoiar nosso projeto e realmente queria encontrá-lo. E um a um, todos os funcionários da Plastrom Sensormatic foram saindo para a rua, Simone, Bianca, Zanella, Davi, Ze Augusto, Reinaldo, Lurdes, Goreti, Heitor, (que me presenteou com uma lanterna que dispensa pilhas, bastando fazer movimentos masturbatórios até a lâmpada acender), Ruy, Regina, Cristina, Heloisa, Zé Carlos, Rose, Rosana, Domingos, Hudson, Valter, Carlos, Valdir, Paulo, Cirlene, Rodrigo, Garcia, Cláudia, Meire, Jussara, Arnaldo, Zé, Renato, Tiago etc etc, muitos para ver pela primeira vez nosso motorhome por dentro. Só faltou o Batista, em férias, que mais acompanhou toda a evolução do projeto. Muitos abraços comoventes, todos com o sentido de Estamos com você. E de repente soltaram um parabéns a você, em plena calçada, na frente da empresa. Paramos a rua. E estrada de novo, com businaço da Neuza e bandeiras do Brasil para agitar mesmo. Foi tudo muito rápido, emocionante. A empresa realmente parou, por quinze minutos. Ninguém mais é capaz de imaginar o significado disso. Só quem está com a gente. Valeu pessoal.

a partida, finalmente. Força Interior na Weril

12 de julho chegou. Partindo no dia do meu aniversário (56 aninhos)

5 horas da manhã, já estava acordado. Frio em Atibaia. Minha grande preocupação era que o frio desse muito trabalho para fazer o motor funcionar. Funcionou. Como já estava tudo carregado no Ventania, foi só engatar o ventinho (o Uno), despedir dos vizinhos novamente (Toninho, Marina e Letícia) que nos aguardavam ainda na escuridão das 6horas. Na noite anterior, um jantar de despedida (pizza do Gordo), com Marina, Bete, Letícia, Mikio, Rafael, Flávio e Felícia. Pena que não puderam ir o Toninho e o Raimundão. Eles vão cuidar da nossa casa em Atibaia.

Primeiro destino: Weril Instrumentos Musicais, em Franco da Rocha. Além de um café da manhã, aproveitamos para conhecer a linha de produção onde são fabricados os intrumentos musicais, como saxofone, flautas, clarinetas, trompetes etc. Ficaram todos maravilhados com os detalhes e cuidados necessários para sair um instrumento. Os nossos papagaios Sol e Lua, fizeram sucesso. Despedidas, abraços, Eunice, Rita, Laércio, Mário, Eliane, Raquel, Gislaine, Arthur, Gilberto, Munhoz, um sax, palhetas na bagagem e de novo na estrada. Um sentimento de aperto no coração, repassando rápido na memória os momentos marcantes que tive com o pessoal da Weril, todo o pessoal da fábrica. Meu sax tenor que carrego comigo é o símbolo de tudo isso, com a certeza de um futuro fantástico para essa empresa, orgulho brasileiro. Levo-o com carinho e orgulho para todos os lugares.


força interior na Weril, com o Arthur

domingo, julho 11, 2004

o suporte para as motos e o engate para o Uno. eles fizeram!


somos gratos ao Ivan, Norberto, Januário e Jarbas, da Tração Total e da JBC de Atibaia

sábado, julho 10, 2004

preparativos finais e despedidas em Atibaia

10 de Julho
Sábado, último dia útil para algumas compras de última hora. Comprei corrente e cadeado para reforçar o engate. Fui me despedir do Norberto e do Jarbas da JBC em Atibaia, que construiu a plataforma para as motos, e do Ivan da Tração Total que me construiu o engate do Uno. Passei também na SoldiSigns para me despedir do Tercio, Felipe, Deive, Cristiane, Ailton, e para obter mais algumas frases em adesivo para aplicar no Ventania.

a turma da SoldiSigns de Atibaia

sexta-feira, julho 09, 2004


Regina com a tripulação do Ventania

Regina, a repórter da TV Gazeta e equipe, em Atibaia.

Mamãe! ói nóis na TV

9 de julho de 2004

Todos nós ansiosos com a primeira vez na TV. Conversamos primeiro para passar uma idéia melhor do projeto, como nasceu, o porquê da decisão, etc etc. A repórter Regina do Programa Mulheres, da TV Gazeta, ficou encantada com tudo: o projeto, o motorhome (Ventania), por dentro e por fora, os papagaios Lua e Sol, o projeto, o local que vamos deixar (uma casinha na beira da represa), vizinhos do tipo “vizinhos de verdade” como não vemos mais em São Paulo. O produtor Marco Antonio, o Câmera-man, o auxiliar, o motorista. Todos ficaram entusiasmados com tudo.

Nesse meio tempo, meu filho mais novo Felipe também chegou, bufando com as mais de três horas perdidas na Fernão Dias. Mas valeu a presença para uma despedida com um gostoso abraço. Te amo, Felipe.

Feitas diversas tomadas. Muitas gargalhadas e muitos momentos sérios. Mas, no final, depois de duas horas de trabalho, todos bastante satisfeitos com o que obtiveram de material. Abraços de despedida e desejos de boa sorte. Foram embora de barriga vazia. Uma forma de contribuir para o diâmetro da barriga do nosso camera-man.